Quinhentismo é a
denominação genérica de todas as manifestações literárias ocorridas no Brasil
durante o século XVI, no momento em que a cultura europeia foi introduzida no
país. Note que, nesse período, ainda não se trata de literatura genuinamente
brasileira, a qual revele visão do homem brasileiro. Trata-se de uma literatura
ocorrida no Brasil, ligada ao Brasil, mas que denota a visão, as ambições e as
intenções do homem europeu mercantilista em busca de novas terras e riquezas.
As manifestações ocorridas se prenderam, basicamente, à descrição da terra e do
índio, ou a textos escritos pelos viajantes, jesuítas e missionários que aqui
estiveram.
Literatura Informativa
A Carta de Caminha inaugura o que se
convencionou chamar de Literatura Informativa sobre o Brasil. Este tipo de
literatura, também conhecido como literatura dos viajantes ou literatura dos
cronistas, como consequência das Grandes Navegações, empenha-se em fazer um
levantamento da “terra nova”, de sua floresta e fauna, de seus habitantes e
costumes, que se apresentaram muito diferentes dos europeus. Daí ser uma
literatura meramente descritiva e, como tal, sem grande valor literário. A
principal característica da carta é a exaltação da terra, resultante do
assombro do europeu diante do exotismo e da exuberância de um mundo tropical.
Com relação à linguagem, o louvor à terra transparece no uso exagerado de
adjetivos.
Para o leitor
de hoje, a literatura informativa satisfaz a curiosidade a respeito do Brasil
nos seus primeiros anos de vida, oferecendo o encanto das narrativas de viagem.
Para os historiadores, os textos são fontes obrigatórias de pesquisa. Mais
adiante, com o movimento modernista, esses textos foram retomados pelos
escritores brasileiros, como Oswald de Andrade, como forma de denúncia da
exploração a que o país sofrera desde então.
Veja os principais documentos que
compõem a nossa literatura informativa:
1. Carta do descobrimento (Pero Vaz de Caminha): foi
escrita no ano de 1500 e publicada pela primeira vez em 1817.
3. História da Província de Santa Cruz, a que
vulgarmente chamamos Brasil (Pero
de Magalhães Gândavo): foi editado em 1576.
4. Diálogo sobre a conversão dos gentios (Padre Manuel da Nóbrega): foi
escrito em 1557 e impresso em 1880.
5. Tratado descritivo do Brasil (Gabriel Soares de Sousa):
escrito em 1587 e impresso por volta de 1839.
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